BRASIL / CURITIBA
Prisão de Lula é justa para 54% dos brasileiros, diz Datafolha

Para a maioria dos brasileiros, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi justa. Ao menos é o que mostra o resultado da última pesquisa Datafolha, quando 54% dos entrevistados demonstrou essa opinião. O levantamento ouviu 4.194 em 227 municípios do país. Por outro lado, 40% delas acreditam que a decisão do juiz Sergio Moro, que determinou a prisão do ex-presidente, foi injusta. Os outros 6% ouvidos pelo Datafolha não opinaram sobre a questão. Lula se entregou à Polícia Federal no último sábado (7) e permanece detido na carceragem da PF em Curitiba. Ele foi condenado em segunda instância pelo crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Diante desse quadro, 62% dos eleitores acreditam que o petista será impossibilitado de disputar as eleições. Ainda assim, ele lidera todos os cenários em que aparece como candidato à Presidência da República, concentrando cerca de 30% a 31% das intenções de voto. Nos cenários em que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ou o ex-governador da Bahia e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaques Wagner, aparecem como substitutos de Lula, o PT não consegue mais do que 2% das intenções. (BAHIA NOTICIAS)
O governador da Bahia desembarcará na tarde de hoje (14) em Curitiba, onde fará uma visita ao ex-presidente.
Foto: Reprodução
Por Rodrigo Daniel Silva
O governador Rui Costa (PT) desembarcará na tarde de hoje em Curitiba, onde fará uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso na sede da Superintendência da Polícia Federal. O petista baiano vai à capital paranaense acompanhado dos governadores do Nordeste. Além deles, os gestores estaduais de Minas Gerais e do Acre, Fernando Pimentel e Tião Viana, ambos do PT, também visitarão o ex-chefe do Palácio do Planalto. Ontem, Rui Costa condenou a prisão do ex-presidente e disse que Lula é um “preso político”, tese que é defendida também pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Nós visitaremos o preso político e perseguido político Luiz Inácio Lula da Silva. Isso é mais do que uma visita de solidariedade. Isso é uma visita em defesa da democracia. É uma visita de condenação ao uso da Justiça como ferramenta de eliminar os adversários políticos. E de questionamento do uso político-partidário da Justiça. Alguns membros da Justiça se tornaram militantes políticos-partidários e estão interferindo na democracia. Então, nós vamos em defesa da democracia e em favor de eleições livres no Brasil, sem a interferência política-partidária de juízes e promotores”, afirmou, na cerimônia de entrega da passarela da Estação Flamboyant do Metrô, em Salvador.
Lula foi preso no último sábado após o decreto do juiz federal Sérgio Moro. O ex-presidente foi condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem dinheiro. Rui Costa defendeu denunciar internacionalmente a “perseguição” contra Lula. “Está claro, em minha opinião, há uma perseguição político-partidária, porque todos que têm provas estão soltos. Quem foi pego com mala de dinheiro está no Palácio da República. Quem foi pego com 500 quilos de cocaína está em liberdade. Aquele que não achou nem guardanapo escrito nem um e-mail está preso. Qual é a diferença deste caso? A diferença é que quem foi pego com 500 quilos de cocaína, quem foi pego com mala de dinheiro, é do PSDB e do PMDB. E quem não tem nenhum guardanapo é do PT”, afirmou
O governador atenuou a ausência do ex-secretário estadual de Desenvolvimento, Jaques Wagner (PT), em atos que aconteceram antes da prisão do ex-presidente que foram organizados no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo. Segundo o chefe do Palácio de Ondina, Wagner “tinha uma tarefa específica”, e não precisa se criar “polêmica” sobre o assunto. Para os petistas, a decisão do ex-secretário de permanecer na Bahia faz parte da estratégia de não figurar como plano B em um momento tão delicado para o ex-presidente.
Governador evita comentar desistência de Neto
O governador Rui Costa (PT) evitou comentar, ontem, a desistência do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), de disputar o governo da Bahia. Havia uma expectativa de que os dois se enfrentassem no pleito deste ano. “Eles que escalem quem eles acham que é o melhor adversário. Ficaria indelicado se o treinador do Bahia começasse a comentar sobre a atuação de um jogador do Vitória e vice versa. Cada um comenta sobre a atuação do seu time, é isso que é certo”, disse Rui na inauguração da passarela da Estação Flamboyant do Metrô.
Ontem, a senadora Lídice da Mata (PSB) provocou o prefeito. Em entrevista à rádio Metrópole, a socialista afirmou que a desistência mostrou uma imagem “fragilizada e de fraqueza política” de ACM Neto e, para ela, o democrata “se destituiu da condição de líder” político ao desistir da candidatura. “O líder se faz para perder. O líder se faz também na derrota. […] O prefeito demonstrou que ele não é líder político”, atacou a senadora.
Lídice ressaltou que, se o “amor por Salvador” foi o motivo para Neto não ser postulante ao Palácio de Ondina, ele nunca deveria ter admitido a hipótese de ser candidato. “[Tinha] que respeitar a vontade do povo”, frisou. (TRIBUNA DA BAHIA)